Pedro Abrunhosa tem o seu nome gravado no Coliseu

Passados quase 30 anos, os portuenses ainda se lembram de Pedro Abrunhosa algemado à porta da mítica sala de espetáculos do Porto.

Na homenagem que o Coliseu lhe prestou, Pedro Abrunhosa continua convicto que "são as ideias que garantem a ética e a defesa pelo bem comum. Esta sala representa todas as salas de espetáculo do mundo. As salas de espetáculo precisam de permanecer no coração das cidades, que são constituídas por todos nós. É fundamental dizer-se: o Porto ainda tem o seu Coliseu".
A Icónica sala de espetáculos da cidade tem uma história rica em acontecimentos. Espetáculos memoráveis, iniciativas que marcaram gerações, como o tradicional Circo de Natal, comícios, congressos partidários, grandes nomes, de todas as áreas de atividade, que por lá já passaram. E, no entanto, tudo isto esteve (quase) para ser "enterrado" no baú da história quando, em 1995, a cidade parecia ir perder a sua joia.

Nesse ano, mais propriamente a 4 de agosto, a população acorreu ao Coliseu numa mobilização espontânea pelo que se ia sabendo pela cidade, no "passa a palavra": a sala de espetáculo estava prestes a ser vendida à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). Sem redes sociais, mas com o espírito bairrista que carateriza os portuenses, a Rua Passos Manuel depressa ficou intransitável naquele dia.

Pedro Abrunhosa tinha lançado, um ano antes (em 1994), o seu álbum "Viagens" (recordado agora, em placa, na sala de espetáculo). Naquela tarde de 4 de agosto de 1995 decidiu juntar-se aos portuenses, figuras públicas e milhares de cidadãos anónimos, que se mobilizaram para defender o Coliseu. Fê-lo de uma forma pouco habitual e até radical para a sociedade de então: acorrentou-se às grades de entrada da sala de espetáculos. E todos, numa só voz, gritaram: "O Coliseu é nosso".

"Na altura não havia redes sociais. A mobilização teve um caráter absolutamente espontâneo. Vieram pessoas do Porto, da Maia, de Espinho", recorda o músico (Notícias Magazine, 03/12/2018).

O cantor foi um, entre muitos, que viram coroado de êxito a perseverança na defesa de um bem comum dos portuenses. "Funcionou a democracia", acrescentou Pedro Abrunhosa, na mesma entrevista. A Câmara Municipal acabaria por inviabilizar o negócio, indeferindo a mudança do objeto social da sala de espetáculos. Foi constituída a Associação de Amigos do Coliseu do Porto, que, em menos de um mês, conseguiu angariar cerca de 500 mil euros e mais de cinco mil sócios.

 

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