18 Nov 2025, 9:10
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O presidente da Câmara do Porto adiantou, no final da reunião do Conselho Municipal de Segurança, que vai reunir, esta terça-feira, com a ministra da Administração Interna para "enfrentarmos o problema da insegurança". Pedro Duarte reivindica a disponibilização de mais 100 agentes policiais como mais um passo no caminho para "melhorar a realidade, mas também a perceção, de insegurança na cidade".
Rejeitando a ideia de que "o Município do Porto deve olhar para cima quando fala com o poder central", o autarca acredita que a Câmara e o poder central partilham o mesmo objetivo.
"Uma opção fundamental é que haja mais polícias, esse é o ponto crítico da conversa que terei amanhã", assume, recordando a meta dos 100 agentes, que deverão chegar às ruas da cidade "através de um modelo de recrutamento que seja específico para a Polícia Municipal do Porto", um esforço que espera ver "acompanhado pelo poder central".
Questionado sobre a criação de uma nova Escola de Polícia, Pedro Duarte mostra "toda a abertura para disponibilizar a cidade do Porto ou a própria região", mas considera que tal "não vai resolver qualquer problema por si só".
"O nosso problema não está na Escola de Polícia. O problema está quando os quadros se acabam de formar e são colocados em Lisboa e ficam por lá durante anos", afirma o presidente da Câmara, reforçando que "isso é que não pode continuar a acontecer".
Além do reforço do número de agentes, o autarca refere que o caminho para combater a perceção de insegurança na cidade deverá passar, também, pelo "reforço da videovigilância, da presença de efetivos com visibilidade, pela proximidade, pela iluminação pública, pela criação de equipas específicas que monitorizem determinadas zonas da cidade, ou pela criação de respostas ao nível de unidades móveis em zonas críticas".
Partilhando as conclusões do Conselho Municipal de Segurança que presidiu pela primeira vez, Pedro Duarte explicou que foi feito "um diagnóstico da situação para começarmos a apontar caminhos", dando seguimento a uma prioridade deste Executivo: "a segurança e o combate a um sentimento de insegurança que existe na cidade e com o qual nós queremos acabar".
E esse caminho passará pela realização de um "estudo aprofundado", pela Universidade do Porto, para traçar o diagnóstico da segurança na cidade e, na sequência disso, pela criação de "um observatório permanente que vá acompanhando a situação".
Na visão do autarca, "hoje, muita da pequena criminalidade não é comunicada oficialmente". O presidente acredita que "há dificuldade de termos dados mais objetivos sobre não só o número de crimes, mas as caraterísticas desse crime, a própria localização, os fundamentos, o contexto em que estão integrados".
"Com essa base científica", defende Pedro Duarte, "teremos mais capacidade de encontrar respostas para os problemas".
No entanto, garante, "não vamos esperar pelo estudo para atuar". O autarca adiante que o Município está já a "trabalhar no plano de reforço da segurança na cidade com as instituições e as autoridades locais, com a Câmara Municipal muito envolvida, não apenas na segurança, mas na coesão social". "Sabemos que há uma componente social que tem que estar ao lado da componente repressiva e policial", admite Pedro Duarte.
Marcaram presença numa reunião restrita, nos Paços do Concelho, a comandante da Polícia Municipal, Liliana Marinho, o comandante metropolitano do Porto da Polícia de Segurança Pública, Vítor Rodrigues, o diretor da Diretoria do Norte da Polícia Judiciária, Pedro Machado, e Rui Lampreia, da Capitania e da Polícia Marítima de Viana do Castelo, assim como a vereadora da Coesão Social, Gabriela Queiroz.
O Conselho Municipal de Segurança desempenha funções de natureza consultiva e visa promover a articulação, a troca de informações e a cooperação entre entidades que, na área do Município do Porto, têm intervenção ou estão envolvidas na prevenção e na garantia da inserção social e da segurança e tranquilidade das populações.
Fonte: CM Porto
Foto: CMP | João Pedro Rocha