6 Nov 2025, 8:56
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“Governar é criar as condições para que as pessoas sejam felizes”. É com esta certeza, unida ao desejo de que "nunca nos falte a coragem de sonhar, nem a lucidez para agir", que Pedro Duarte assumiu a presidência da Câmara do Porto. Durante os próximos quatro anos, o autarca agora empossado garante trabalhar para que “o Porto nunca deixe de ser Porto”. A instalação dos novos órgãos autárquicos teve lugar na tarde desta quarta-feira, no Mosteiro de São Bento da Vitória.
“A nossa visão de cidade assenta numa ideia simples: governar é criar as condições para que as pessoas sejam felizes”, afirmou Pedro Duarte durante o primeiro discurso enquanto presidente da Câmara do Porto.
O autarca, eleito pela coligação PSD/CDS/IL, quer contrariar o facto de “durante demasiado tempo”, a política se ter afastado da palavra felicidade “como se fosse abstrata, supérflua ou até imprópria do dicionário político”.
Para Pedro Duarte, “a felicidade não é um luxo, nem uma quimera”. É, sim, tantas outras coisas como “sentir que pertencemos a algo maior do que nós próprios”.
“Essa será a medida do nosso trabalho: fazer do Porto uma cidade feliz”, assume. Feliz “onde se viva sem medo e a mobilidade devolva tempo e liberdade”. Que “aposte na educação e no conhecimento como motor de elevação social e onde todos tenham acesso a uma habitação justa e acessível”. Uma cidade “amiga do ambiente e da convivência social, solidária, que não aceite a indiferença e de oportunidades para todos”.
Um Porto equilibrado “entre o desenvolvimento e a qualidade de vida, que acolha calorosamente”, sem esquecer “de cuidar dos que cá vivem”. “Uma cidade de cultura, porque é na cultura que o Porto reconhece o seu rosto e alimenta a sua alma”, acredita.
Para esta visão de cidade, o novo Executivo terá “de repensar o modelo de desenvolvimento económico”. Isto porque, considera Pedro Duarte, “uma cidade que depende em excesso do turismo e do imobiliário corre o risco de se tornar refém do seu próprio sucesso”.
O presidente da Câmara sublinha a necessidade de “diversificar, consolidar a economia do conhecimento, valorizar as indústrias criativas, atrair empresas inovadoras e proteger o comércio de proximidade, que sustenta a coesão da cidade”.
De olhos no futuro, Pedro Duarte encara as “novas dores” de crescimento que o Porto enfrenta: “a pressão sobre a habitação, a insegurança, as limitações à mobilidade, as desigualdades que persistem”.
“Temos o dever de imprimir um novo ritmo, uma nova energia, uma nova atitude”, considera o presidente, em desafios relacionados com o conhecimento, o isolamento, as alterações climáticas ou as desigualdades sociais, mas também “os novos autoritarismos”.
Certo de que “o Porto, cidade aberta ao mundo, não é alheio a estes desafios”, o autarca elenca os “princípios claros” para a base de governação nos próximos quatro anos: “resolver os problemas reais das pessoas e projetar um futuro próspero para as gerações vindouras”; “governar com base no diálogo, na escuta e no consenso”; “o legado portuense das contas certas e da gestão responsável (…) com a transparência como alicerce da confiança – o primeiro sinal de respeito pelos cidadãos”; ou a proximidade como “o coração da nossa ação”, estando nas ruas e reforçando “a cooperação estratégica com as juntas de freguesia”.
Por fim, Pedro Duarte garante que o próximo Executivo governará “com coragem – com firmeza perante o conformismo e as falsas inevitabilidades. Com independência perante os interesses particulares. Com arrojo perante os velhos do Restelo. E com desprendimento perante o status quo”.
Determinado a “acelerar a procura de resultados” e a “melhorar a vida dos portuenses”, o agora presidente acentua a importância da cooperação, nomeadamente com a Área Metropolitana, a Região Norte, o país e a Europa.
Nas palavras do autarca, “o Porto não pode – nem quer – fechar-se sobre si próprio”, devendo ser “uma referência de cooperação e confiança entre os municípios da região”, uma cidade “capaz de afirmar-se pela atitude construtiva, pela visão estratégica e pela capacidade de agregar”, assumindo “a sua responsabilidade de liderança”.
A todos os presentes, Pedro Duarte fez um pedido, um apelo à união, à empatia à entreajuda e ao respeito enquanto comunidade. “A felicidade só é possível em comunidade e o bem-estar de cada um depende do bem-estar de todos”, reforça o autarca, certo de que “se há cidade capaz de lutar contra o clima de desconfiança, de isolamento e de ódio que marca o nosso tempo, essa cidade é o Porto”.
Dando o exemplo do projeto Desporto no Bairro, protagonizado por jovens dos bairros da cidade, que atuou durante a cerimónia de instalação dos órgãos autárquicos, o presidente da Câmara assumiu que “este é o Porto que queremos: transformador, moderno, aberto, diverso, tolerante, solidário, coeso, humano e com futuro”.
Deixando, ainda, uma palavra para o antecessor, Rui Moreira, cuja herança de “transformação profunda” da cidade, reconhece, “inspira-nos e responsabiliza-nos”, o agora empossado presidente da Câmara assegurou que um dos compromissos primordiais que irá assumir será o de “preservar a nossa identidade e a nossa cultura – garantir, dia após dia, decisão a decisão, que o Porto nunca deixe de ser Porto”.
“Preparado e entusiasmado” para liderar “um novo ciclo na vida da cidade”, Pedro Duarte deixou o desejo de que, nos dias que agora começam, “nunca nos falte a coragem de sonhar, nem a lucidez para agir”. “E, acima de tudo, que nunca esqueçamos o que nos distingue e nos une: o amor ao Porto e a vontade de o ver sempre maior, mais justo, e mais feliz”, concluiu o novo presidente da Câmara.
Fonte: CM Porto
Foto: CMP | Andreia Merca