11 Jan 2022, 0:00
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OPINIÃO
Por Joaquim Jorge*
Os debates mostram que o recrudescer desta pandemia não estavam nos planos de António Costa, este, ao fim de seis anos de governação, preparava-se para tentar “assaltar” uma maioria absoluta que nunca o disse por vergonha ou táctica política.
Sempre fui contra maiorias, pois, dá uma aparente estabilidade, mas tem de sobra excessos, vícios e tiques de autoritarismo de todo o tipo.
A política portuguesa está cada vez mais polarizada e hiper-partidária e nada nos permite acreditar que essa situação mudará num futuro próximo.
É um dos problemas do país, claro, o que mais ocupa espaço no próprio debate político, seja no Parlamento, ou nos encontros de todos os tipos que continuam a colonizar a informação.
A pandemia exaustiva que ainda nos abala e nos enche de incertezas começou, há cerca de dois anos, poucos dias após o início do novo Governo de António Costa com o aval do BE e PCP, sem ser escrito.
A Covid-19 continua em fúria e o governo acabou por cair, porém há muitos aspectos que afectam a vida dos cidadãos: saúde, justiça, segurança, educação, trabalho e pensões.
A percepção que os cidadãos têm é que vivem muito pior com a escalada dos preços, serviços de saúde lamentáveis, insegurança a rodos, educação periclitante, trabalho, cada vez, mais restrito e mal pago e pensões a definhar.
António Costa tem grande habilidade oratória (há várias peças memoráveis de retórica no seu currículo), falta saber se Rui Rio que nos debates não tem estado muito bem, se sinta, de novo, acossado e esteja à altura de quem acredita nele para passar para a política real.
Esta quinta-feira, a pouco mais de duas semanas das eleições será o teste máximo entre António Costa e Rui Rio.
É importante uma mudança efectiva para este pais, esse é o único debate político real.
*Biólogo, fundador do Clube dos Pensadores