17 Apr 2023, 0:00
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Processo "é punitivo" e há quem seja discriminado mesmo depois de sair dele. Porto foi o distrito com mais casos, mas foi em Lisboa que mais aumentaram.
Os tribunais de primeira instância de Portugal decretaram, em média, 19 insolvências pessoais por dia, no ano passado. Começar do zero pode ser tentador e, para muitas famílias, é a única solução para sair da situação de endividamento excessivo, mas o processo acarreta graves consequências para a vida de quem fica insolvente. É no Porto que há mais insolvências pessoais, mas foi em Lisboa que mais aumentaram, noticia o JN.
Das 8629 insolvências decretadas pelos tribunais portugueses no ano passado, 7000 foram insolvências pessoais, demonstram os dados do Ministério da Justiça, consultados pelo JN. Em média, por dia, houve 24 insolvências, 19 pessoais e cinco de empresas.
As insolvências em Portugal deverão registar um crescimento de 19% este ano, de acordo com previsão dos especialistas da Allianz Trade, reveladas esta quinta-feira. As mesmas previsões apontam para que as insolvências das empresas na zona euro aumentem 23% em 2023, sendo que esta previsão constitui-se como uma revisão em alta das projeções anteriores. As pequenas e médias empresas de economias como a francesa e a alemã deverão estar entre as mais afetadas por este aumento significativo.
“Com o fim dos confinamentos e da pandemia de Covid-19, os apoios às empresas atribuídos pelos governos um pouco por toda a Zona Euro já terminaram ou estão a chegar ao fim. Mas, por um lado, as empresas em vários países estão agora a fazer face aos encargos com empréstimos públicos obtidos durante o período pandémico, o que representa um desafio para muitas companhias. Por outro lado, e acrescentar a isto, as ajudas dadas pelos governantes para minimizar a forte escalada dos preços da energia, após o início da guerra na Ucrânia, estão a terminar”, destaca a Allianz Trade.