20 Apr 2022, 0:00
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A situação humanitária na província sul-africana de KwaZulu-Natal é descrita como sendo “caótica”, tendo as cheias provocado danos materiais à Associação Portuguesa daquela região e às habitações de vários portugueses.
Segundo as autoridades consulares portuguesas, estima-se em cerca de 30.000 os portugueses a residirem em KZN, na sua maioria na cidade portuária de Durban (atual eThekwini), onde se concentra a maior parte das vítimas das recentes cheias.
Em Durban, o edifício da Associação Portuguesa do KwaZulu-Natal (APN) foi afetado pelas chuvas torrenciais que já causaram mais de 400 mortos na região da costa litoral da África do Sul, referiu à Lusa o dirigente da coletividade, José Correia da Silva.
O clube português, que ficou financeiramente debilitado com a pandemia de covid-19, é considerado pelos portugueses na costa oriental sul-africana como uma “casa que dá apoio a muitas famílias e ao convívio comunitário”.
No domingo, o governador de KwaZulu-Natal, Sihle Zikalala, anunciou que o Governo provincial alocou uma verba de mil milhões de rands (62 milhões de euros) para assistir os moradores cujas casas foram danificadas pelas cheias.
As recentes inundações registadas na África do Sul provocaram a morte a pelo menos 443 pessoas, principalmente na região de Durban, na costa leste do país, e 63 pessoas continuam desaparecidas, segundo as autoridades locais.
Mais de 250 escolas foram afetadas, quase 4.000 casas arrasadas e mais de 13.500 danificadas. Também muitos hospitais foram danificados, segundo as autoridades sul-africanas.
As autoridades estimam em centenas de milhões de euros de prejuízos, numa região que já tinha sofrido em julho com uma onda de tumultos e pilhagens.
O Presidente Cyril Ramaphosa adiou uma visita de trabalho à Arábia Saudita para se “concentrar na intervenção do Governo no desastre das inundações de KwaZulu-Natal”, segundo a Presidência da República sul-africana.