22 May 2023, 0:00
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O presidente da Câmara do Porto não tem dúvidas que o futuro do nosso país passa por uma "ambição de fazer mais pelo mar e pela sua fileira" só possível com "uma Marinha forte, com meios modernos e capacidade financeira". Por isso, disse, "estamos, tal como a Marinha portuguesa, conscientes do interesse estratégico de proteger e preservar o nosso mar, sem deixar de tirar melhor proveito dos recursos costeiros e marinhos do país".
"O destino de Portugal está irreversivelmente ancorado no mar. Temos uma das maiores zonas económicas exclusivas da Europa, o que faz com que o mar português seja 18 vezes maior do que a área terrestre do país", lembrou.
Segundo Rui Moreira, "devemos ter a ambição de fazer mais pelo mar e pela sua fileira. Para isso, há que reforçar a competitividade das atividades marítimas tradicionais e, simultaneamente, investir em atividades marítimas de maior valor acrescentado, intensivas em inovação e com perfil tecnológico".
Tudo isso só será possível "com uma Marinha forte, com meios modernos e capacidade financeira". "Para uma nova e mais frutuosa relação com o mar, Portugal precisa de uma instituição com o brio, a credibilidade e a competência da Marinha", sublinhou.
O orgulho do Porto pela Marinha
Antes, o autarca portuense tinha deixado uma palavra de apreço à Armada por ter escolhido o Porto para comemorar a sua mais importante efeméride, coincidente com a chegada da armada de Vasco da Gama a Calecute (Índia), que este ano cumpre 525 anos. "Creio que consagrámos ao Dia da Marinha muito do carácter trabalhador, abnegado e empreendedor por que é conhecida a cidade do Porto", frisou.
"Sabemos hoje muito melhor quem é, o que faz e que valores defende a Marinha", adiantou Rui Moreira, assegurando, ao mesmo tempo, a ideia de que "muitos portuenses, que participaram nestas comemorações, reforçaram a ideia de que a Marinha é uma instituição que, sem renunciar ao seu património histórico e doutrinário, está efetivamente voltada para o futuro".
O presidente da Câmara não deixou de agradecer a todos os portuenses a forma calorosa como celebraram o Dia da Marinha e participaram, ao longo da semana, nas múltiplas atividades previstas: "Somos uma cidade que não esconde as suas emoções e sentimentos, pelo que ficou bem à vista de todos o interesse, o carinho, o orgulho que o Porto sente pela Marinha e pelos nossos marinheiros".
"Aproveito para agradecer aos cidadãos do Porto e àqueles que nos visitaram a presença no Dia da Marinha. Obrigado por terem participado tão entusiasticamente nas diferentes iniciativas destas comemorações", acrescentou.
A viagem inesquecível do "Sagres"
Num tom mais pessoal e "como homem do mar", como afirmou, Rui Moreira partilhou a sua impressão sobre esta última semana. "Se me é permitida uma nota pessoal, destaco como o momento mais extraordinário do Dia da Marinha a viagem do Navio Escola Sagres entre o Porto de Leixões e o Cais da Ribeira. Desde 1998, há precisamente 25 anos, que o icónico navio não atracava no Douro".
"E foi uma alegria imensa ver o Sagres a navegar no nosso rio. Uma alegria para nós, felizardos passageiros do navio, mas também para as centenas de pessoas que bordejaram as margens do rio à espera da chegada do Sagres. Quando 'apitou à faina', expressão que aprendi a bordo, o Navio Escola Sagres levou-nos ao âmago da portugalidade", frisou.
"A coregrafia dos marinheiros afanosos nas suas tarefas, as velas com a cruz de cristo enfunadas ao vento, os constantes silvos cruzando o convés do navio, a lonjura do Atlântico definindo o firmamento… Tudo isto nos fez sentir mais portugueses e cidadãos mais orgulhosos do nosso país, da nossa história, da nossa cultura", acrescentou.
De acordo com dados disponibilizados pela Marinha, a "Sagres" tinha recebido até este domingo mais de 25 mil visitas. Só no sábado, foram perto de oito mil. Para além do Navio Escola Sagres podiam ser visitados a Fragata D. Francisco de Almeida, o Navio Patrulha Oceânico Sines e a Lancha de Fiscalização Rio Minho.
"Esperamos que, uma vez concluídas com sucesso estas comemorações, a colaboração entre a Marinha Portuguesa e a cidade do Porto se mantenha viva. A nossa cidade e o seu Município gostariam de continuar a cooperar ativamente com a Marinha Portuguesa", concluiu.