Primeiro-ministro inaugura o antes e pós Abril com "declinações visuais" em Serralves

“Pré/Pós – Declinações visuais do 25 de Abril” - comemora os 50 anos da Revolução dos Cravos e foi, esta terça-feira à noite, inaugurada, na Fundação de Serralves, pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro. Num arco cronológico de 1970 a 1977, a exposição regista como o universo das artes refletiu as experiências e sentimentos que terão acompanhado o processo revolucionário e como este se desenvolveu entre o entusiasmo utópico e a apreensão contida.

Para o presidente da Câmara Municipal do Porto é "quase um milagre" a forma, "muito sentida", como este ano está a ser celebrado o 25 de Abril. "É possível que cada um de nós comemore o seu 25 de Abril. Um ato de apropriação individual pelo que cada um sente", em relação à data, afirmou Rui Moreira, acrescentando: "Até para quem não gosta pode apropriar-se dele para não gostar".

“Não tem sido aquele massacre de discursos, aquelas coisas pomposas. Tem sido a celebração de uma revolução, como esta exposição tão bem demonstra", frisou.

O presidente da Câmara não deixou também de agradecer a presença do recém-empossado primeiro-ministro e de ter mantido, na orgânica do Governo, o Ministério da Cultura. "É a garantia que a ligação de Serralves com o Governo vai ser frutuosa", sublinhou, destacando o papel desempenhado pela atual presidente do conselho de administração da fundação, Ana Pinho: "É inigualável e tem feito um trabalho extraordinário".

O primeiro-ministro deixou também uma palavra de reconhecimento, em nome do Governo, pelo "trabalho notável, muito meritório, que [Ana Pinho] tem desenvolvido à frente da Fundação de Serralves", num "espírito de colaboração entre poderes públicos e a iniciativa privada". "Um modelo virtuoso que deve ser estimulado, desenvolvido e aprofundado, a bem da cultura e do país", afirmou Luís Montenegro, que esteve acompanhado da ministra da Cultura, Dalila Rodrigues.

“Tenho batalhado, e farei disso a orientação do meu governo, para que isso seja transversal a todas as áreas, com exceção daquelas que não são delegáveis de forma alguma", acrescentou.

O primeiro-ministro deixou a garantia de que o atual governo vai continuar a apoiar a Fundação de Serralves e não só. "Vamos, a partir do Ministério da Cultura, criar todos os incentivos para que instituições e empresas tenham os melhores instrumentos para poderem apoiar instituições e o movimento associativo, que expressem a vontade de intervir na cultura", disse.

Luís Montenegro aproveitou para destacar, nesta área, o papel desempenhado pela Câmara do Porto e, em especial, de Rui Moreira, "ele próprio um exemplo daquilo que, a partir de uma autarquia, pode ser dinamizado no contexto da cultura e no aprofundamento do desenvolvimento das sociedades e comunidades locais".

Sobre a exposição, com curadoria de Miguel von Hafe Pérez, o primeiro-ministro deixou as suas impressões: "A Cultura, para além deste aspeto contemplativo, tem uma outra dimensão que é tão ou mais importante: quando estimulamos a capacidade criativa, de conhecer, de inovar, de investigar, de ir mais longe, de dizer ao outro que se pode fazer mais, estamos a desafiar-nos, a ter capacidade de fazer melhor".

"Criar a esperança de que somos capazes de fazer mais. A Cultura é um elemento de crescimento, que impulsiona uma sociedade a ser mais próspera, mais livre, mais democrata. É um ato que nos lança para o futuro", concluiu.

Usaram ainda da palavra a presidente do conselho de administração da Fundação de Serralves, Ana Pinho, e do diretor geral da Fundação "la Caixa", Artur Santos Silva.

Dando visibilidade a artistas e a obras pouco conhecidas no nosso contexto, esta é uma oportunidade única para pensar este período tão rico quanto conturbado da nossa história da arte, onde o manifesto político tanto pode assumir uma vertente mais panfletária, como afirmar-se através de obras de cariz mais conceptual enquanto suporte discursivo e formal das liberdades desejadas e atingidas. Nos mais de 300 trabalhos expostos, que abarcam meios tão variados como a pintura, a escultura, a fotografia, o filme, a gravura, a instalação, o cartaz e a edição de livros e revistas, sublinha-se a presença sísmica das múltiplas representações do corpo, muitas vezes trespassado por referências políticas desafiantes.

"Pré/Pós – Declinações Visuais do 25 de Abril", vai estar patente no Museu de Serralves até 20 de outubro.

 

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