18 Apr 2022, 0:00
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O pescado português é considerado como um dos melhores do mundo, mas o interesse pelos produtos das costas lusas, atualmente por Nova Iorque e Dubai, está a aumentar substancialmente os preços.
Nova Iorque e o Dubai descobriram a riqueza do pescado e marisco portugueses e contribuíram para uma escalada nos preços. Nas praças nacionais, os carabineiros já chegam aos 150€/kg. E os preços não vão ficar por aqui.
No primeiro semestre do ano passado, as exportações portuguesas recuperaram o ritmo de crescimento anterior à pandemia e as vendas destes bens alimentares para o exterior aumentaram 13%, sendo que, entre os meses de janeiro e junho, as exportações de crustáceos, moluscos e outros invertebrados subiram 47,7%, as de peixe cresceram 8% e as exportações de preparados de pescado e conservas subiram 6% em relação ao período homólogo.
Sabe-se igualmente que a maioria das exportações nacionais (78%) tem como destino o mercado europeu, com predomínio de Espanha, enquanto o Brasil, os EUA e agora também o Dubai assumem lugares de topo nos mercados extracomunitários. Curiosamente, em outubro de 2019, com Donald Trump no poder, para além dos queijos e dos vinhos, também a carne de porco, manteiga, iogurtes, frutas como laranjas, pêras, pêssegos e cerejas, e alguns tipos de marisco portugueses passaram a estar sujeitos a uma taxa de 25% quando importados pelos EUA.
Porém, em setembro de 2020, devido à pandemia, o cenário traçado na revista Portugalglobal, da AICEP, era outro, pois lia-se o seguinte: «Relativamente à pesca, as vantagens mais relevantes são a Zona Económica Exclusiva mais extensa da Europa, a elevada diversidade de espécies marinhas e o facto de ser uma atividade tradicional em Portugal».
O AICEP recorda ainda que «o peixe capturado em Portugal é considerado um produto da mais alta qualidade a nível mundial» e, por esse motivo, «as exportações portuguesas de produtos de pesca, conservas, crustáceos e outros produtos do mar foram de 1,055 milhões de euros (2019), destacando-se destinos como Espanha, Itália e França. O peixe enlatado português é considerado uma das maiores tendências da alimentação mundial nos próximos anos, especialmente devido à sensibilidade com que os portugueses tratam o peixe».