23 Feb 2024, 0:00
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A estrutura de apoio de praia, que teve pareceres positivos de todas as entidades envolvidas, nomeadamente da APA, da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) e da Direção Regional Cultura Norte, estava em construção, quando, em maio de 2021, o então ministro da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, anunciou a sua demolição na sequência da polémica e da contestação geradas por se tratar de uma obra em betão na areia.
Também em 7 de junho de 2021, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) suspendeu a obra polémica em betão que estava a ser construída no areal, na zona da Foz do Rio Douro, e ordenou a demolição do equipamento de apoio que estava a ser construído na praia do Ourigo.
Quase dois anos depois, em março de 2023, a Câmara do Porto anunciou a aprovação de um novo projeto de arquitetura para a construção do Grand Beach Club, apresentado pelo promotor, após parecer favorável da APA.
Após este anúncio e ainda nesse mês, ou seja, há cerca de um ano, o promotor do Grand Beach Club enviou uma carta à APA, a que a agência Lusa teve acesso, a reclamar uma compensação indemnizatória de mais de 1,7 milhões de euros.
A Lusa questionou o Ministério do Ambiente sobre o ponto de situação deste processo e se iria assumir o pagamento da compensação indemnizatória, mas a tutela remeteu para a resposta da APA, que apenas "esclarece que iniciou um procedimento contratual para a remoção da estrutura de betão da praia do Ourigo”.
A empresa promotora salienta que tem “o prejuízo atinente ao custo da edificação destinatária da ordem de demolição, o custo emergente da demolição da mesma, o custo da reformulação dos projetos de arquitetura e de decoração”, a que acresce “o prejuízo decorrente do atraso no início da exploração da concessão”.
Segundo o mesmo órgão de comunicação, o promotor reivindica 600 mil euros pelos “custos de construção da edificação mandada demolir”, 140 mil euros pelos custos da demolição da estrutura em betão, 20 mil euros devidos “a assessoria jurídica imposta pelo embargo e pela ordem de demolição”, 73 mil euros pela reformulação do projeto de arquitetura e 36 mil euros por custos associados à reformulação do projeto de decoração.
Além destes valores, o promotor reclama 883 mil euros “decorrentes do atraso de três anos e meio no início da exploração da concessão”.
A Lusa questionou a Câmara Municipal do Porto se admitia estender o prazo de concessão, por exemplo, por mais três anos e sem receber renda, de forma a ressarcir o promotor de parte dos prejuízos reclamados, nomeadamente a questão dos 883 mil euros.
“O município do Porto não tem qualquer responsabilidade sobre os prejuízos reclamados”, respondeu a autarquia.