12 Jan 2022, 0:00
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Eleições Legislativas 2022
Costa acusa o Bloco de ter desistido de ser parte da solução para voltar a ser partido de protesto. Catarina exige diálogo sobre saúde e trabalho, porque acredita que o PS não consegue maioria absoluta.
O líder do PS acusa o Bloco de Esquerda de não oferecer estabilidade. A frase foi dita por António Costa já nos segundos finais do debate de terça-feira à noite na RTP3, com Catarina Martins.
Questionado sobre a maioria absoluta e sobre as hipóteses de um diálogo com os bloquistas, caso vença as eleições necessitando de entendimentos para governar, Costa foi perentório em dois momentos. Sobre a maioria absoluta, ainda não foi desta que a pediu ao eleitorado: “não sou o professor Cavaco que disse que ia embora, se não tivesse maioria absoluta”.
Sobre o diálogo para um regresso à geringonça, “o Bloco de Esquerda não oferece estabilidade”.
António Costa acusa o Bloco de Esquerda de ser uma coisa na campanha e outra no Parlamento e acusou o partido de Catarina Martins de bloquear a governação.
“Há o BE que aparece na campanha eleitoral, muito mel, e depois há o BE que aparece na Assembleia da República, que é muito fel. Nós, maioria vamos ter. Resta saber se vamos ter maioria absoluta do PS para continuar a avançar ou se vamos ter uma maioria da oposição, cujo único efeito é bloquear”, atirou o líder do PS à adversária.
E acrescentou: “a Catarina Martins só soma o seu voto à direita e à extrema-direita para chumbar um Orçamento do PS, mas não é capaz de juntar o seu voto à direita e à extrema-direita para aprovar um Orçamento alternativo ao PS.
Portanto, aquilo que votam não é para avançar, é para parar”.
Com a palavra ‘obstáculo’ a pairar sobre ambos antigos aliados na geringonça, Catarina Martins sublinhou que o que impediu um entendimento com o PS não foi António Costa, mas sim o seu “desejo de maioria absoluta, mas, neste momento, acho que toda a gente no país sabe que não teremos maioria absoluta”.
Equacionando esse cenário, a coordenadora bloquista não fecha nenhuma porta a entendimentos com Costa, sublinhando que a sua responsabilidade “é criar soluções para o dia seguinte. E o que conta, em Portugal, para criar essas soluções é a saúde e o trabalho. É isso que temos de discutir: um acordo em Portugal sobre a saúde e o trabalho que resolva os problemas mais urgentes que temos”.