14 Sep 2022, 0:00
143
Sociais-democratas acusam o Governo de aprovar o novo estatuto do SNS "nas costas do Parlamento" e entrega esta quarta-feira um requerimento para a apreciação do decreto em plenário. "Temos aí um novo ministro da Saúde que representa uma oportunidade para abrir este debate", diz Ricardo Batista Leite.
Uma semana depois do pedido de apreciação parlamentar do decreto-lei que inclui o "bónus" das pensões, o PSD chama o novo estatuto do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para debate no Parlamento.
O vice-presidente da bancada social-democrata Ricardo Baptista Leite explica que o requerimento dá entrada esta quarta-feira na mesa da Assembleia da República, criticando um diploma "aprovado em pleno mês de agosto, por uma ministra demissionária, nas costas do Parlamento".
Para o PSD, e para fundamentar a apreciação parlamentar, está também em causa o facto de o Governo "não ter ouvido os profissionais de saúde e as associações de doentes". E o "caminho errado" para chegar a este diploma.
Em declarações à Renascença, Baptista Leite critica o "conjunto de mudanças que não são o que consideramos necessário para a reforma do modelo de gestão, financiamento e reorganização que o SNS precisa", atirando à maioria absoluta que acusa de injetar "mais dinheiro e profissionais no SNS, mas apresenta piores resultados". Ou seja, para o PSD "há problemas graves de gestão".
Baptista Leite desafia diretamente o ministro Manuel Pizarro a debater o decreto: "o diálogo devia ser construtivo e para ser construtivo temos aí um novo ministro da saúde que representa uma oportunidade para abrir este debate", atira o deputado.
É dada como que uma espécie de benefício da dúvida a Pizarro, com o dirigente do PSD a criticar o primeiro-ministro que acusa de não ter mostrado "disponibilidade para mudar de política, mas seria fundamental que o PS tivesse humildade de reconhecer que o caminho falhou".