Sérgio Figueiredo recebeu 2.300 euros por dia durante 13 dias da Câmara de Lisboa

A empresa detida pelo antigo diretor da TVI, em sociedade com a namorada, Margarida Pinto Correia, foi contratada em 2020 pela Câmara Municipal de Lisboa, à data liderada por Fernando Medina, para realizar vídeos “filmados pelos telemóveis das próprias figuras públicas envolvidas” para promover o comércio local. O contrato foi avaliado em 30 mil euros e executado em 13 dias.

A polémica parece não ter fim. Depois de a contratação para consultor do Ministro das Finanças ter gerado muitas críticas vindas, sobretudo, da oposição, a relação entre Sérgio Figueiredo e Fernando Medina abre agora novos capítulos.
Não é apenas um – são três no total os contratos que ligam o ex-diretor da TVI e o atual Ministro das Finanças.
O primeiro data de 2015, quando Medina foi convidado para integrar o painel de comentadores da estação de Queluz. O valor nunca chegou a ser tornado público, mas o então presidente da Câmara de Lisboa declarou, em 2017, €40.680 de rendimentos provenientes dos media. Nessa data, além de comentador da TVI era também colunista no Correio da Manhã.
O segundo contrato ocorreu depois da saída de Sérgio Figueiredo da TVI. O ex-jornalista criou a 17 de Agosto de 2020 uma empresa designada Plataforma Coerente, Lda, da qual é também sócia a sua namorada, Margarida Pinto Correia.
Pouco tempo depois, a Câmara de Lisboa abria um procedimento conhecido por Consulta Prévia, que visava a “aquisição de serviços de desenvolvimento de produção de uma campanha de comunicação destinada aos estabelecimentos de comércio tradicional a retalho e de restauração e bebidas, no âmbito do Plano de Apoio Económico e Social.” A 10 de Dezembro de 2020, a Plataforma Coerente de Sérgio Figueiredo viria a ser escolhida para prestar este serviço. No total, o contrato estava avaliado em 30 mil euros e tinha um prazo de execução de 20 dias, mas ao fim de 13 dias era dado por executado. A 23 de dezembro de 2020, a Câmara de Lisboa publicava, nos termos da lei, o “cumprimento integral do contrato”, bem como a execução do valor orçamentado.
O terceiro contrato é o que está no centro da polémica dos últimos dias. O Ministério das Finanças divulgou o contrato do novo “consultor estratégico.” Sérgio Paulo Jacob Figueiredo terá de vencimento 5.832 euros (valores brutos), um salário superior ao que está tabelado para Ministros.

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