27 Dec 2021, 0:00
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Primeiro médico que foi vacinado diz que são necessárias outras medidas para combater pandemia.
António Sarmento, diretor do Serviço de Doenças Infeciosas do Hospital de São João, no Porto, foi a primeira pessoa a receber a vacina contra a covid-19, há um ano. Agora, alerta que a vacina por si só não chega — mas ajuda muito.
Considerada a principal "arma" para vencer a pandemia, a vacinação contra a covid-19 arrancou em 27 de dezembro de 2020 com a primeira dose dada ao médico António Sarmento, com Portugal a ser considerado uma referência mundial pela elevada taxa de pessoas vacinadas.
Ao JN, o médico infecciologista do Hospital de São João, no Porto, afirma ser "um crente na vacina", mas deixa um alerta: "Mas vacina e mais nada não é suficiente", mas "é uma forma importantíssima de nos protegermos, até desta nova variante".
Assim, é preciso continuar com as outras medidas, como é o caso do uso da máscara, que, para este profissional de saúde, só deve ser retirada "quando isso for indispensável". Todavia, sobre a utilização obrigatória, aponta que "nenhum Governo tem a capacidade de fiscalizar 10 milhões de pessoas".
Recordando que "ninguém se salva sozinho", António Sarmento afirmou ainda ao jornal que a população está "tanto mais protegida quanto mais unida".
Segundo o infecciologista, muitos doentes com covid-19 "estão por vacinar quando chegam ao hospital" de São João, mas "não é por serem militantes antivacina", é essencialmente "por desleixo" e todos "dizem que querem ser vacinados".
Ao longo do último ano, a estratégia de vacinação sofreu várias atualizações, o país debateu-se com falta de vacinas para cumprir as metas previstas, surgiram casos de vacinação indevida na fase inicial e um novo coordenador assumiu a liderança de um plano que passou também a incluir doses de reforço e a imunização de jovens e crianças.