Sobrinho chegou a transferir 1 milhão por semana para o Sporting. Dinheiro foi desviado entre 2011 e 2012 do BESA

O ex-Presidente do BES Angola (BESA), Álvaro Sobrinho, é acusado pelo Ministério Público (MP) de ter desviado 15 milhões de euros da instituição bancária que dirigia para o Sporting Clube de Portugal. O dinheiro foi transacionado em 12 transferências bancárias, entre 2011 e 2012, por parte do BESA, chegando a ter uma cadência semanal. A operação decorreu numa altura em que o clube de Alvalade enfrentava dificuldades de tesouraria.
A “teia” por trás do império angolano
Em dezembro de 2014, quando foi chamado à comissão parlamentar de inquérito sobre o colapso do Banco Espírito Santo, Álvaro Sobrinho recusou explicar a origem da fortuna que acumulou enquanto líder do BES Angola.
Um império conseguido diretamente das contas bancárias em que o BESA recebia os financiamentos do banco português Espírito Santo, alega o Ministério Público (MP). Este dinheiro terá sido registado contabilisticamente como créditos concedidos a clientes cujo nome não era inscrito nas contas do banco.
Em conjunto com Ricardo Salgado, Amílcar Morais Pires e Hélder Bataglia, Álvaro Sobrinho terá desviado mais de 450 milhões de euros do BESA, um dos principais responsáveis pela queda do Grupo Espírito Santo, sendo que a maior fatia (390 milhões de euros) terá ido parar à esfera do empresário luso-angolano.
Segundo o Ministério Público, Sobrinho “fez construir artificialmente ao nível contabilístico, no BESA, uma teia de relações fictícias, sem qualquer substrato real, como forma de justificar, contabilisticamente inúmera saída de fundos das contas do BESA domiciliadas no BES, em Lisboa, em seu benefício próprio ou em benefício de terceiros.”
O dinheiro depois de desviado seria distribuído por 23 sociedades offshore, sediadas em paraísos fiscais, como as Ilhas Seicheles, Ilhas Virgens Britânicas, Luxemburgo e Ilhas Caimão (todas controladas por Álvaro Sobrinho, segundo o MP).
Fortunas usadas para alimentar extravagâncias do ex-líder do banco angolano. Recorrendo a verbas do BESA, Álvaro Sobrinho terá comprado em Portugal um património imobiliário que inclui seis apartamentos de luxo no empreendimento Estoril-Sol Residence, por nove milhões, e uma quinta no Douro que pertencia à família Cálem e vários relógios de pulso, avaliados em centenas de milhares de euros.

Anos de turbulência em Alvalade e “pedido de resgate” a Sobrinho
Mas se estes eram anos dourados para Álvaro Sobrinho, o mesmo não se verificava no Sporting Clube de Portugal (SCP), que atravessava dificuldades económicas e estava arredado das grandes conquistas no plano desportivo, perante a descrença sportinguista. Foi assim que o clube de Alvalade viu no banqueiro angolano um balão de oxigénio que permitiu a sobrevivência do Sporting.
Neste sentido, a estrutura leonina, nomeadamente José Maria Ricciardi e Luís Godinho Lopes, à altura membro do Conselho Fiscal e Presidente do Sporting, respetivamente, começaram a encetar contactos no sentido de contarem com a ajuda de Sobrinho para aliviar os cofres do clube. A assinatura de um contrato de parceria e de cooperação financeira-desportiva do Sporting com a Holdimo, em 2011, veio intensificar as relações entre as ambas as entidades, assim como a influência de Sobrinho, bisneto de Joaquim Madaleno, fundador do Sporting Clube de Portugal.
Assim, a par da cedência dos direitos económicos de 17 jogadores do plantel à altura (passaram a ser 28 numa segunda fase), começaram a cair na conta bancária de Alvalade avultadas transferências com milhões proveniente do BESA.
Com um valor de dois milhões de euros, a primeira aconteceu a 11 de junho de 2011, mais de um mês antes de ter sido assinado o contrato de parceria e de cooperação financeira-desportiva entre o Sporting e a Holdimo, a 22 de julho de 2011.

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