Taxistas e Condutores TVDE receiam serviços em bairros problemáticos do Porto

Vários taxistas e condutores de TVDE têm recusado serviços em algumas zonas da cidade do Porto devido ao aumento da violência e assaltos, maioritariamente à noite.

Nelson Carvalho, vice-presidente da Associação Nacional Táxis Unidos de Portugal (ANTUP), reportou ao JN que os casos são cada vez mais constantes e em zonas como o Cerco, Pasteleira, Lagarteiro, Fonte da Moura, São Tomé e Vila d"Este (em Gaia).

O vice-presidente relembrou um caso de agosto deste ano no bairro do Lagarteiro, quando um taxista foi ameaçado com facas, agredido e roubado por três jovens.

O jornal acrescenta que o receio também é sentido pelo TVDE. António Fernandes, motorista das plataformas digitais, afirmou ao Jornal de Notícias que a principal razão do cancelamento é o risco de ofensa à integridade pessoal dos condutores.

No entanto, a maioria dos casos não são reportadas à PSP. Nelson Carvalho, acredita que os motoristas não avançam com as queixas devido aos processos serem demoradas e na maioria não terem sucesso.

O vice-presidente da ANTUP salienta que os taxistas estão mais desprotegidos que os condutores de TVDE porque não têm acesso aos dados do cliente e da viagem.

Os taxistas dispõem do Sistema Táxi Seguro que permite aos condutores a alertarem a PSP em situação de risco, contudo Nelson Carvalho considera o serviço “pouco eficiente”, devido ao facto das situações serem repentinas sem darem oportunidades para as autoridades chegarem a local.

A situação já persiste há bastante tempo visto que, em 2008, na praça de táxis à porta da Estação de Ermesinde, um taxista foi alvejado pelas costas. Três jovens terão entrado no carro do homem por volta dos duas da manhã e o assalto terminou com a morte do taxista de 36 anos que não teve tempo de acionar o Sistema Táxi Seguro.

Houve ainda dois casos mais recentes, em 2016, um taxista com 21 anos foi assaltado, em Ermesinde, quando se preparava para fazer o último serviço da noite. O jovem foi ameaçado com arma de fogo por um homem que lhe levou o carro, os telemóveis, um GPS e dinheiro.