23 Sep 2022, 0:00
178
No 212.º dia de guerra começam os referendos sobre a adesão dos territórios ucranianos de Donetsk, Lugansk, Zaporíjia e Kherson à Federação russa e decorrem até 27 de setembro, indicaram as autoridades pró-russas dessas regiões. O anúncio das consultas populares foi feito pelo presidente russo, juntamente com o da mobilização de 300 mil reservistas russos para combater na Ucrânia e de uma ameaça velada de utilização de armas nucleares contra o Ocidente.
Uma Rússia agressiva pretende organizar referendos de anexação até ao final da semana, abrindo caminho à mobilização geral ou a uma nova chantagem nuclear.
Depois de semanas de contratempos no terreno na Ucrânia, a Rússia está a tentar recuperar a iniciativa com uma arma que favorece – referendos. O anúncio dos referendos sobre o "regresso" à Federação Russa foi feito em simultâneo na terça-feira, 20 de setembro, pelos líderes pró-russos das regiões de Luhansk, Donetsk, Zaporizhzhia e Kherson.
O primeiro-ministro, António Costa, discursou na 77.ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), na quinta-feira, onde criticou as “irresponsáveis ameaças de recurso a armas nucleares” de Vladimir Putin, e pediu à Rússia para cessar hostilidades em vez de escalar o conflito na Ucrânia. O encontro ficou marcado pela invasão russa da Ucrânia e as suas consequências globais.
Estas sondagens, anunciadas à pressa, realizam-se de 23 a 27 de setembro, deixando ainda menos tempo para as organizar do que o referendo sobre a anexação da Crimeia, em março de 2014. Esta iniciativa surpresa ameaça a escalada diplomática e, sobretudo, militar.