10 Jan 2024, 0:00
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Os trabalhadores do Global Media Group (GMG) estão esta quarta-feira em greve, no mesmo dia em que termina o prazo de adesão às rescisões voluntárias, para mostrar repúdio pela intenção de despedir até 200 profissionais e pela defesa do jornalismo, avança o Porto Canal.
O protesto foi convocado pelo Sindicato dos Jornalistas (SJ), pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (SITE-Norte) e pelo Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações e Comunicação Audiovisual (STT), abrangendo todos os trabalhadores, independentemente da função.
“Os sindicatos acreditam que será uma grande manifestação da vontade de mostrar à Comissão Executiva e aos acionistas do GMG total repúdio pela intenção de dispensar 200 trabalhadores e os efeitos que estes cortes cegos e brutos vão repercutir no Diário de Notícias, n’O Jogo, no Dinheiro Vivo, nas várias revistas, na Naveprinter e em todas as áreas e empresas do grupo”, referiram em comunicado as estruturas sindicais.
Em 06 de dezembro, em comunicado interno, a Comissão Executiva do GMG, liderada por José Paulo Fafe, anunciou que iria negociar com caráter de urgência rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação que disse ser necessária para evitar "a mais do que previsível falência do grupo".
Os trabalhadores não receberam o salário de dezembro, nem o subsídio de Natal que, segundo a administração, será pago em duodécimos durante este ano, o que viola a lei.
O grupo anunciou também o fim das prestações de serviços a partir de janeiro, num aviso com poucas horas de antecedência.
“Enquanto a ‘comissão executora’ contrata dezenas de consultores, assessores e diretores, com vencimentos bem superiores à média no grupo, aumentando os custos da empresa em mais de dois milhões de euros”, apontaram os sindicatos, “dizem que a empresa não sobrevive se não despedirem aqueles que o CEO [presidente executivo] não entende ‘como conseguem viver com 800 euros por mês’”.
Segundo o Porto Canal, para os trabalhadores, a postura da administração representa o “total desrespeito pelas pessoas que há anos mantêm vivas as várias empresas do grupo, com salários do século passado”.