17 Jun 2022, 0:00
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Os trabalhadores dos CTT vão estar em greve esta sexta-feira, reivindicando melhores condições laborais, nomeadamente o aumento dos salários, com um dos sindicatos representativos a lamentar que a empresa se recuse a negociar.
“A empresa não quer dialogar com os trabalhadores e com os sindicatos. Fez um ato de gestão. Sabemos dos lucros e da sua distribuição. Há pessoas, ao fim de 12 anos, ainda a receber o salário mínimo”, afirmou o secretário-geral do Sindicato Democrático dos Trabalhadores dos Correios, Telecomunicações, Media e Serviços (SINDETELCO), José Arsénio, em declarações à Lusa.
A estrutura sindical, afeta à UGT, lamentou ainda a perda da qualidade do serviço, o que defendeu não ser culpa dos carteiros, embora haja registo de agressões contra estes profissionais.
José Arsénio referiu que a empresa tem dito que os padrões da concessão não estão bem, vincando que “quem mete a concessão a concurso é que mete as condições”.
Assim, sublinhou que o “Governo não fez um bom serviço à população”, acrescentando que o texto da concessão ainda não é conhecido.
“A situação preocupa-nos bastante porque mete em causa o serviço da empresa. O serviço postal universal representa 50% do valor financeiro do grupo”, indicou.
Os trabalhadores afirmam também estar indignados com um aumento de 7,50 euros, “através da aplicação de um ato de gestão”, sem negociar com os sindicatos.
Por outro lado, não querem fazer horas extraordinárias, que não são remuneradas, e apelam para a revisão dos valores do abono para falhas.
“A UGT tem como princípio o diálogo social e a concertação. Quando tal não é possível, a greve é o único caminho possível para salvaguardar os interesses dos trabalhadores e da população”, concluiu o secretário-geral do SINDETELCO.