6 Dec 2022, 0:00
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Nove trabalhadores naturais de Timor-Leste acusam o circo Soledad Cardinali, instalado em Matosinhos, de não dispor de condições de acolhimento dignas e de não pagar salários. Os funcionários chamaram a Polícia de Segurança Publica (PSP) ao início da tarde deste domingo e apresentaram queixa, noticiou o Porto Canal. Segundo a estação, os nove trabalhadores timorenses não se alimentam há dois dias e terão sido expulsos do evento com salários por receber.
Os nove trabalhadores queixam-se ainda de estarem alojados em caravanas sobrelotadas, sem acesso a casa de banho, e de trabalharem diariamente das 8 às 2 da manhã.
Fonte da Câmara de Matosinhos refere que a Segurança Social terá sido acionada logo no domingo no sentido de providenciar refeições quentes e alojamento para pernoita aos referidos trabalhadores. Entretanto, o JN soube que cinco deles seguiram para Leiria ainda no domingo e que os restantes dormiram no quartel do Regimento de Sapadores Bombeiros do Porto, de onde seguiram para o Fundão na manhã desta segunda-feira, depois de tomarem o pequeno-almoço.
"Alertámos as autoridades para verificarem a veracidade dos factos e nas nossas instalações verificarem também o local onde estavam. Não escondemos nada, queremos o melhor para todos", refere a gerência do circo, garantindo que "estes imigrantes tinham todas as condições humanas como todos os outros funcionários e artistas, dormida e casas de banho, onde podiam tomar também o seu duche".
A organização já negou todo o teor das queixas e salienta que “acolheu por caridade” as pessoas em causa, que estas se recusavam a trabalhar e apenas queriam “comer e internet”.
O circo Soledad Cardinali está instalado no parque de estacionamento do Senhor de Matosinhos, junto ao cemitério de Sendim, entre 30 de novembro e 8 de janeiro.