13 Apr 2023, 0:00
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A exposição de longa duração do Museu Nacional de Soares dos Reis (MNSR), no Porto, reabre esta quinta-feira, depois de ter estado encerrada durante três anos.
Em agosto de 2019, o MNSR encerrou parcialmente devido ao início da primeira de duas fases das obras de reabilitação, com duração prevista de seis meses.
À época, as principais queixas dos trabalhadores e frequentadores do espaço recaíam sobre as más condições dos telhados, humidade e falta de rede e internet móvel.
Os trabalhos de recuperação do primeiro museu público de arte do país tinham sido negociados pela anterior diretora da instituição, Maria João Vasconcelos, que apontava o orçamento dos trabalhos para aproximadamente um milhão de euros, metade dos quais seriam investidos na exposição permanente.
Concluída a primeira fase, o MNSR nunca chegou a reabrir na totalidade. Faltava ainda terminar a construção do novo espólio, que iria trazer uma nova identidade ao museu.
Devagar se vai ao longe
António Ponte, diretor do museu, concorreu para o cargo, em abril de 2021, com um projeto previamente pensado para a exposição. “Quando cheguei ao museu, já estava todo desmontado, o que me permitiu de uma forma mais programática repensar a exposição de longa duração do museu”, afirma em declarações aos jornalistas.
O diretor do MNSR admite que “foi um processo muito longo, mas que resulta de reflexões internas para encontrar narrativas para uma exposição que não queríamos que fosse apenas uma sucessão de objetos de arte”.
No que diz respeito à extensa duração dos trabalhos, António Ponte esclarece que o período cinzento que o mundo atravessou devido à pandemia da Covid-19 e à guerra na Ucrânia “acabou por condicionar largamente o tempo de construção da exposição”.
Durante dois anos, as ideias foram voando do papel para as paredes do museu. A partir desta quinta-feira, a exposição pode finalmente ser visitada de terça-feira a domingo, entre as 10h e as 18h.
O novo espólio
Ao mergulhar na coleção, o público vai ser surpreendido com algumas novidades, de entre as quais se destaca, as peças do século XIII, que não estavam em exposição há cerca de 30 anos, um álbum de viagem de António Soares dos Reis e um busto de Luís Vaz de Camões.
“O que nós estamos hoje a disponibilizar aos nossos visitantes é uma exposição totalmente renovada, em que nós cruzamos as várias expressões permitindo que os públicos possam ter as suas leituras”, garante o diretor do MNSR.
Durante a intervenção, foram renovadas 27 salas onde estão agora expostas 1.133 peças, 230 das quais foram restauradas.