18 Feb 2022, 0:00
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Os separatistas no leste da Ucrânia anunciaram hoje que estão a iniciar a retirada de civis para a Rússia, enquanto Kiev acusa as forças pró-russas em Donbass de terem disparado contra um posto de controlo militar fronteiriço.
Denish Pushilin, líder do governo separatista na região de Donetsk, informou hoje que mulheres, crianças e idosos serão os primeiros a ser retirados da região, perante o agravamento de tensões, e que a Rússia preparou instalações para acomodá-los.
A autoproclamada república popular de Donetsk, no leste da Ucrânia, denunciou um aumento nos ataques das forças armadas ucranianas, para justificar as medidas de evacuação que começam a ser preparadas em larga escala.
Os separatistas das regiões de Lugansk e Donetsk relataram mais bombardeamentos por forças ucranianas ao longo da tensa linha de contacto.
Perante estas informações, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a situação na região é “potencialmente muito perigosa”.
As manobras de evacuação acontecem num momento em que o comandante-em-chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Valery Zaluzhny, relatou na rede social Facebook que o seu posto de controlo na região de Lugansk foi alvo de um ataque por parte dos separatistas, durante a madrugada de hoje.
Zaluzhny assegurou que os separatistas dispararam tiros com metralhadoras de grande calibre, morteiros e lança-granadas, a partir da cidade de Veselaya Gora, não havendo, para já, registo de vítimas entre os militares ou os civis ucranianos.
“Quatro veículos do comboio humanitário passaram pelo posto de controlo e as pessoas foram retiradas para um abrigo”, disse o comandante-em-chefe do Exército ucraniano.
Num comunicado, o comando das forças armadas ucranianas destacadas na zona de conflito também acusou os separatistas pró-Rússia de terem violado o cessar-fogo 33 vezes desde a meia-noite passada.
Contudo, Zaluzhny garante que não está em curso nenhuma “operação ofensiva ou bombardeamento de civis”, acrescentando que a ação das forças ucranianas “são puramente defensivas”.
As forças militares ucranianas salientam que a zona de conflito – que em quase oito anos provocou mais de 14 mil mortos – continua sob controlo das forças governamentais.