31 May 2022, 0:00
155
Os chefes de Governo e de Estado da União Europeia (UE) chegaram a acordo, na noite de segunda-feira, para um embargo ao petróleo russo, anunciou o presidente do Conselho Europeu, explicando estarem em causa dois terços das importações europeias à Rússia. O embargo irá reduzir em cerca de 90% as importações de petróleo russo pelo bloco comunitário até ao final do ano, destacou hoje a presidente da Comissão Europeia.
“Acordo para proibir a exportação de petróleo russo para a UE. Isto abrange imediatamente mais de dois terços das importações de petróleo da Rússia, cortando uma enorme fonte de financiamento para a sua máquina de guerra”, anunciou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, numa publicação na rede social Twitter.
Na publicação, o responsável destacou “a unidade” no Conselho Europeu, que está desde ontem reunido em Bruxelas numa cimeira extraordinária, vincando ainda a “máxima pressão sobre a Rússia para acabar com a guerra”.
Numa mensagem publicada na sua conta oficial na rede social Twitter, Ursula von der Leyen saúda o acordo de hoje à noite no Conselho Europeu em torno do sexto pacote de sanções à Rússia, que a presidente da Comissão apresentara há quase um mês, e sublinha que o mesmo representará praticamente o fim das importações de petróleo da Rússia dentro de sensivelmente seis meses, mesmo com as alterações e exceções temporárias introduzidas, designadamente o embargo numa primeira fase aplicar-se apenas às importações de petróleo por via marítima.
“Isto irá efetivamente cortar cerca de 90% das importações de petróleo da Rússia para a UE até ao final do ano”, escreveu Von der Leyen.
Face às críticas de países mais dependentes do petróleo russo, como a Hungria, estão previstas ainda exceções temporárias para garantir a segurança do aprovisionamento de certos Estados-membros.
Confirma-se que o acordo aprovado é aquele que reforça as exceções para a Hungria, contemplando que o embargo — que de todo o modo só terá efeitos dentro de seis meses — abranja apenas o petróleo transportado por via marítima, o que representa dois terços das importações europeias, permitindo que países sem costa, como Hungria, Eslováquia e República Checa, continuem a receber petróleo russo através de oleoduto.
Os líderes europeus estiveram reunidos na segunda-feira, em Bruxelas, numa cimeira extraordinária que teve entre os pontos em agenda questões de energia, defesa e segurança alimentar.