21 Mar 2023, 0:00
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A Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES) quer um “cabal esclarecimento” da Universidade Fernando Pessoa (UFP) sobre a “utilização abusiva” de nomes de médicos para a aprovação do curso de Medicina da instituição privada. Segundo uma investigação avançada pelo jornal Público, há médicos apontados na candidatura como “orientadores de estágios” ou “formadores” que não foram contactados nem sabiam da inclusão da candidatura da Fernando Pessoa.
Não foram precisos muitos dias após a Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES) ter dado a autorização para a Universidade Fernando Pessoa abrir um curso de medicina para se perceber que o processo teve contornos estranhos. Assim, a candidatura submetida pela instituição privada de ensino apresentava a seu favor um protocolo com o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia e Espinho, que deveria receber os novos alunos para formação. Mas este centro hospitalar recusou-se a assinar o dito protocolo em outubro de 2021, afirmou a sua administração.
O caso começou há mais de uma semana, quando o Público encontrou quatro clínicos que dizem não ter tido “em algum momento contratos de prestação de serviço com o hospital da Fundação Fernando Pessoa, em Gondomar”, e que não deram consentimento para que os seus nomes estivessem nas listas da universidade. A Ordem dos Médicos abriu uma investigação interna para perceber quantos médicos surgem na candidatura da UFP sem terem dado a devida autorização.
Segundo um comunicado divulgado esta segunda-feira, a A3ES diz que vai exigir um esclarecimento imediato à UFP, defende que o processo de acreditação da universidade privada tem sido “normal” até agora, e garante que a UFP não teve comportamentos que suscitassem dúvidas até ao momento.