Vai demorar "décadas" a remover minas e explosivos na Ucrânia, avisa Guterres

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, avisou que, após um mês de guerra na Ucrânia, levará "décadas" para remover todas as munições não detonadas, minas terrestres e bombas de fragmentação.

"Exatamente há trinta anos atrás, ativistas da sociedade civil reuniram-se para lançar a Campanha Internacional para Proibir Minas Terrestres. Em cinco anos, a Convenção de Proibição de Minas foi aberta para assinatura. Hoje, mais de 160 estados assinaram a Convenção e as minas terrestres tornaram-se quase universalmente inaceitáveis", afirmou o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres. 
"Mas o mundo ainda está repleto de milhões de minas terrestres armazenadas e mais de 50 países permanecem contaminados com essas armas abomináveis”, acrescentou e continuou: “Minas, restos explosivos de guerra e dispositivos explosivos improvisados ​​continuam a matar ou ferir milhares de pessoas todos os anos – muitas dos quais são crianças. Devemos fazer mais para proteger as pessoas que vivem sob a sombra de munições explosivas, da Síria, Somália e Afeganistão a Mianmar, Camboja e além."
Na segunda-feira, Dia Internacional de Sensibilização para o Perigo das Minas, o português disse ainda que as minas e explosivos colocados na Ucrânia irão ameaçar a vida da população muito depois das armas se calarem.
Segundo um comunicado da ONU, Guterres destacou que 164 estados se comprometeram com a Convenção de Proibição de Minas e apelou a todos os países a aderirem “sem demora” ao acordo.
“Os membros permanentes do Conselho de Segurança, em particular, têm uma responsabilidade especial”, acrescentou o secretário-geral da ONU.
Rússia, China e Estados Unidos não são signatários da convenção.
Alicia Arango Olmos, a atual presidente dos Estados Partes na convenção de 1997, pediu na segunda-feira à Rússia que impeça as suas tropas na Ucrânia de colocarem minas terrestres que matam e mutilam civis.
A embaixadora da Colômbia nas Nações Unidas expressou profunda preocupação com relatos de que a Rússia está a usar minas terrestres na Ucrânia.
A organização de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) disse em 29 de março que técnicos ucranianos localizaram minas antipessoais, proibidas pela convecção de 1997, na região de Kharkiv, no leste da Ucrânia.
“As minas antipessoal só causam vítimas, não resolvem nenhum tipo de problema”, sublinhou Alicia Arango Olmos.
“Por favor, russos, parem de usá-las, porque muitas das pessoas que são vítimas de minas terrestres não têm nada a ver com o que está acontecendo entre a Ucrânia e a Rússia”, acrescentou.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.430 civis, incluindo 121 crianças, e feriu 2.097, entre os quais 178 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de dez milhões de pessoas, das quais 4,1 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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