Vítimas de Violência Doméstica “vão ser o foco” e não a Instituição

Na sequência da assinatura do protocolo para a constituição da Rede de Referenciação e Intervenção na Violência Doméstica e em Contexto Familiar do Porto (RRIVD – Porto), as diversas instituições que a compõem deram início aos trabalhos com a vítima no centro das atenções.

A sessão de abertura, no Porto Innovation Hub, contou com a presença do vice-presidente da CIG – Comissão da Cidadania para a Igualdade de Género, que salientou a necessidade do foco ser a vítima e não a instituição.

"A instituição não é que tem que estar no centro de atenção, mas a vítima e isso por vezes não acontece", alerta Manuel Albano, sublinhando "a importância de respeitar a vontade da vítima".

Por seu lado, o vereador da Coesão Social considera que "a temática da violência de género e doméstica tem sido uma das áreas destacadas nos documentos estratégicos da Rede Social do Porto, constituindo-se, por isso, como uma Unidade Operacional de Intervenção, que tem contado com a participação de diversas entidades que atuam, direta ou indiretamente, nesta problemática".

"A Rede de Referenciação e Intervenção na Violência Doméstica e em Contexto Familiar do Porto, que inclui as entidades nas áreas da justiça, saúde, emprego, autarquia, proteção social, forças de segurança e organizações não-governamentais, num total de 21 instituições, foi o caminho escolhido para chegar a formas de cooperação mais eficazes para responder às múltiplas questões e desafios da Violência de Género e Doméstica", afirma Fernando Paulo.

O vereador recordou, ainda, que "é fundamental que cada uma das instituições tenha em conta que é importante assumir o compromisso e participação colaborativa na alavancagem desta Rede, assumindo que o foco é a vítima, pelo que toda a intervenção deve ser centrada no seu bem-estar".

Fernando Paulo sublinha a necessidade de "atender aos pontos focais, estruturantes para o bom funcionamento da Rede, que deverão ter legitimidade para articular dentro da sua entidade e fazer a ligação com a sua estrutura organizacional".

"É importante a criação de um fluxograma comunicacional claro que permita a qualquer entidade perceber como atuar e aceder, de forma rápida, à rede", reforça o vereador.

Entre os objetivos da RRIVD – Porto estão a elaboração de referenciais de atuação conjunta, promovendo as condições necessárias ao apoio e proteção das vítimas; a consolidação de esforços de articulação interinstitucional; uma maior capacitação das entidades locais para a intervenção; a troca regular de informação; a realização de estudos e diagnósticos que visem a permanente adequação das respostas; a promoção de ações de prevenção e de marketing social; assim como a monitorização da intervenção levada a cabo pelas entidades intervenientes.

 

Fonte/Foto: CM Porto

 

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